As parábolas de Jesus.





A ovelha perdida

Mateus 18,12-14

 Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou?

 E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.


Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.


O tesouro escondido

Mateus 13,44

O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.

A sementes nos solos

Mateus 13:3-8,18-23

E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear.
 E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram.
 Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra.
 Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se.
 Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.
Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.

Atendei vós, pois, à parábola do semeador.
 A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.
O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.

O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
 Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.


Os dois filhos

Mateus 21:28-32

E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.



O filho pródigo

Lucas 15,11-32

Continuou: Certo homem tinha dois filhos;
 o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.
 Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.

 Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!

Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.

O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
 Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
 Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.

Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;
vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.

Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
 Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.


O servo impiedoso

Mateus 18,23-34

Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.
 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.

Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.
 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.
 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.

Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.









A rede 

Mateus 13,47-50

O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.
 E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora.
Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.

O bom samaritano

Lucas 10,30-37

Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.
 Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
 Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.
Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele.

 E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
 No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.
 Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?
 Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.